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Mostrando postagens de 2013

“Mas, por favor, Senhor Sol...”

Saudade tem gosto de vinho tinto ora seco, por vezes nada suave e amanhasse junto da ressaca solar. Percorrem os dias e as papilas gustativas experimentam outros sabores. A preferência por aqueles provocados pelas memórias graciosas. As gostosas lembranças, tão incessantes, desejando ser saciadas pela chegada do reencontro. Aparece a jeitosa nostalgia vestida de repouso. Sua quietude na verdade é inquietação. E sedução. Para o tempo manter o querer...  Cá estou continuamente movida pela História – Perrot/Hobsbawm, pela Memória – Latino América, pelo Horizonte – Galeano. E agora a Saudade – Kollontai.  

Juventude e Comunicação

Juventude e comunicaçã o ; juventude e cultura digital; juventude e mídia livre: tratam-se de associações cada vez mais recorrentes e presentes no cotidiano. Quais sã o  as interações existentes entre a juventude e os diversos meios de comunicaçã o ? Como jovens homens e mulheres sã o  retratados na mídia? Estas sã o  indagações fundamentais para compreender a estreita relaçã o  da categoria social com  o  mundo a comunicaçã o . Imagem: DNJ 2008 Protagonista no processo, a juventude hoje é quem mais se utiliza das novas formas de comunicaçã o . Conectada especialmente por meio da internet, promove a interaçã o  e a sociabilidade pela troca de conhecimentos e conteúdos, pela divulgaçã o  de trabalhos próprios, pelas relações construídas nas redes sociais. Tal realidade demanda do Estado políticas públicas que garantam a inclusã o  digital e a apropriaçã o  das novas mídias. Quando se consideram os meios de comunicaçã o  de massa, no entanto, vê-se que a juventude é alvo de

Juventude e Meio Ambiente

É essencial hoje, frente aos desastres ambientais e esgotamentos dos recursos naturais, refletir com os jovens o atual modo de produção e consumo e suas consequências para o meio ambiente e a vida humana.  Imagem: DNJ 2007 O sistema econômico no qual estamos inseridos é responsável por mercantilizar e violentar cada vez mais nosso endereço comum, o planeta Terra. O impacto em jovens homens e mulheres é inevitável, gerando injustas e precárias realidades: o uso da mão de obra juvenil barata para fins de exploração de matéria prima em condições de trabalho escravo; a utilização da juventude como público alvo do consumismo, forçando a aquisição de produtos sem necessidade real; expulsão de famílias do seu território em decorrência de grandes projetos como as usinas hidrelétricas e mineradoras... É fundamental ter presente o alcançe da justiça socioambiental e dos direitos humanos, feridos em nome do lucro. É necessária e urgente a mudança para um paradigma em que todas

Juventude, Educação e Trabalho

Embora sejam múltiplas as condições dos jovens, a experiência deles no Brasil é ainda marcada pelo percurso tradicional que passa pela educação e pelo trabalho - elementos centrais vividos segundo as desigualdades de idade, gênero e classe. Imagem: Campanha A Juventude Quer Viver - CAJU Desde que seja garantido o acesso à educação, é na escola e na universidade que os jovens passam boa parte do seu tempo. Tempo esse fragmentado entre as múltiplas relações do ensino: Aprendizagem, socialização com os colegas e professores, busca do caminho para a concretização dos próprios sonhos, especialmente quanto ao futuro profissional. Toda essa vivencia exige da educação muita proximidade da vida real, além da capacidade de assegurar aos estudantes a reflexão sobre o lugar de cada um no mundo como sujeito histórico. A qualidade do ensino, bem como a formação que constrói novas relações humanas baseadas na igualdade e na justiça, também é essencial para o universo escolar. A escolaridad

Juventude, cultura e lazer

Nas artes e na cultura, jovens homens e mulheres protagonizam diversas manifestações e linguagens artísticas. Cidades de norte a sul do país são envolvidas diariamente pela criatividade e diversidade  cultural  da  juventude .  É nos espaços e tempos do lazer e da cultura que os jovens convivem entre si e experimentam a riqueza do universo  cultural , além de construírem identidades coletivas e individuais. Imagem: Paulica Santos Trata-se, no entanto, de realidades não acessíveis a toda a  juventude . As desigualdades socioeconômicas, ao influenciar a prática e a produção  cultural  juvenil, limitam o acesso a esses bens e espaços, especialmente no caso dos jovens de baixa renda. As relações de mercado, ao mediar o acesso ao lazer e as artes, exigem do jovem poder aquisitivo para consumir os bens culturais. Tal lógica, além de restringir a noção de cultura, empobrece a capacidade do jovem de criar e construir os seus próprios produtos culturais. Maiores discriminações so

VagaMundos

I Horizontes paralelos, a consequência da estrada até a chegada. No mundo dos entre – tempos o sol te oferece e a lua te seduz. Tão atrativos. Ser e desejar. A fertilidade de possibilidades tão abundante como o infinito da morada dos astros.  II imagen - el diario de Frida Kahlo, p. 115 A canção transformada em trilha dos convívios.   Ora resido em La Plata (anos platenses pelos dourados) ora me encontro na areia, logo ali alterando as luas conforme se aproximam as marés. Rés. Pés. Pisadas passadas. Bosques da Média Idade, meia – calça e o curto corte aos 20 Anos, Kollantais, Kahlos, Beauvoirs. Na beira da Era – Rizomas. Pós - Rizomas.  III Serviço para a desordem. Ninhos de estações. La piel se comparte cuando te miro. Aquecimento global decompondo os galhos e as folhas. É hora de cessar a alternância. Parto. Porto.  Palavras vagamundas dos primeiros dias de maio de 2013.

A juventude quer viver

Imagem: Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens A violência, em suas variadas formas, cada vez mais constitui grande preocupação e desafio para toda a sociedade - notadamente nos centros urbanos. No Brasil a realidade não é diferente. Em recente estudo no Consejo Ciudadano para la Seguridad Pública y Justicia Pena l no México, 14 cidades brasileiras, entre as quais Maceió (AL) e Vitória (ES), foram indicadas entre as 50 mais violentas do mundo em 2011. A juventude é a principal faixa da população sujeita a violência (especialmente agressão e extermínio) na realidade urbana. Diariamente jovens são mortos em todos os estados do país - em sua maioria jovens negros e pobres. A mortalidade juvenil, inserida num modelo de produção e consumo que tende a perpetuar as injustiças socioeconômicas, deve urgentemente ser encarada com a garantia dos direitos básicos à juventude , somada às políticas de enfrentamento da violência. As pastorais da juventude ,

A realidade da juventude brasileira

Um país imenso, quase um continente. Multiplicidade de realidades de norte a sul do  Brasil . Contrastes e desigualdades que também perpassam a vida dos mais de 50 milhões de jovens brasileiros e brasileiras. Imagem: Semana da Cidadania 2010    A juventude brasileira vai traçando sua trajetória em meio aos desafios que a sociedade apresenta. A busca pela inserção é constante, quando a cidade e o campo vivem intensamente os problemas da exclusão social e econômica. O “medo de sobrar” é cotidiano e os dados registram o desemprego juvenil e a marginalização social vivida na própria carne: milhões de jovens não estudam nem trabalham e quase metade dos desempregados são jovens. A violência, ao lado da exclusão, também é um tema enfrentado com dramaticidade, afinal a taxa de mortalidade juvenil em decorrência da violência letal é alta. A falta de acesso a outros direitos fundamentais, como a saúde e a cultura, também faz parte da vida da população jovem. No entanto, mesmo e

Juventude e Juventudes

Imagem: Semana da Cidadania 2010  O que é juventude? Ou seriam juventudes? Questionamentos como esses são essenciais para compreendermos a experiência juvenil hoje. Jovens homens e mulheres, após a adolescência, vivem de forma mais intensa o processo de formação social, isto é, sua construção por meio das relações sociais nos espaços em que circulam e a que são expostos – como a família, a escola, o trabalho, ambientes culturais e meios de comunicação. O estabelecimento de tais relações acontece em meio tanto à resistência aos valores que tais espaços carregam quanto à aceitação desses valores. Além dessas relações, a realidade sociocultural na qual o jovem está inserido e as determinações do sistema econômico – como a necessidade de ter um emprego que garanta a subsistência e o acesso aos vários tipos de consumo – são fundamentais para entender a juventude. E hoje podemos compreendê-la como a etapa da  vida humana que busca o reconhecimento e a identidade, individual

Eu deixo e recebo um tanto

              Me pego no desapego dos apegos cotidianos. Numa fração de segundos levada para as memórias de infinitos tons que tendem a tornarem-se amareladas. A nostalgia é manchada pelos tons amarelados. O colorido é tão vivo quanto no momento que foi tingido. Mas talvez não mais tão cintilante. Ou seu brilho seria distinto? A intensidade da resplandência sujeita à ação do tempo. Do tempo – passagem e da nossa disposição em ressignificar nossas lembranças. O compasso melancólico e as cores infindáveis e duradouras. Cores de terra marrom, de terra vermelha desinibida 1 ; de azul claro, de azul escuro 2 , de azul céu, de azul mar (tão querida Barra do Jucu 3 , sua Genipabu 4 !); de um verde tão mais tão vivo 5 , de outro mais tímido; de lilás corajosa 6 , de lilás protagonista; de arco-íris.   O belo melancólico e os sussurros de muitas vidas. Escutas que não seguiam a regra dos ponteiros. Conversas de cá, de lá, de bastidores, de quartos. Conversas sérias atravessadas pelos choro

Algumas linhas sobre a História do Vestuário

1914 Férias da universidade possibilitam a leitura de tantos escritos. Aqueles que a rotina cotidiana faz adiar o desejo de novos (ou já conhecidos) mundos. E há poucas semanas o livro escolhido foi um clássico da História do Vestuário   A roupa e a Moda: uma história concisa   do James Laver. O gosto pela História do Traje se associa à busca pela compreensão do corpo (em especial da mulher) como uma linguagem e a criação sobre ele, seja de imagens, discursos, atributos, formas de admirá-lo, negá-lo, de representá-lo em determinado tempo e espaço. Elementos   alterados através de marcadores sociais e políticos, como a raça, gênero e classe social. Em   A roupa e a Moda: uma história concisa,   Laver descreve os principais momentos,   ao longo da História, do vestuário no(do) mundo ocidental, detalhando suas formas e materiais. O foco no ocidente é explícito. O oriente é apresentado apenas como influência ao traje europeu. Territórios como a África e a América Latina são desp