Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2012

Uns quantos piquetitos: Frida e sua denúncia da violência contra a mulher

Entre tantos quadros cercados de profundidades e denúncias da realidade de Frida Kahlo, Uns quantos piquetitos (1935) chama a atenção ao retratar uma situação freqüente enfrentada pelas mulheres naquela época e também nos dias de hoje, a violência doméstica. A pintura revela a brutalidade da violência física praticada contra a mulher. A obra é inspirada em uma notícia de um jornal mexicano de 1935, em que um homem bêbado jogou a namorada numa cama e a apunhalou cerca de vinte vezes. Quando questionado pela polícia sobre o crime, o assassinato respondeu que apenas foram umas “facadinhas de nada”. Sensibilizada pelo ocorrido, Frida desenha a cena do crime: o assassino com um punhal ensanguentado na mão e ao seu lado, o corpo nu da mulher marcado pelas facadas; o rastro de sangue está presente na roupa do homem, na vítima, na cama, no chão e alastra até mesmo a moldura da tela. A pintura, manchada de sangue, transborda da tela para a vida de Frida Kahlo. Na mesma época, a pintora me

Trilha Sonora "Frida"

Além da história de vida e da encantadora fotografia, o que chama também a atenção no filme Frida (2002) é a profunda e provocante trilha sonora. Composto por Elliot Goldenthal (também responsável pela trilha sonora original de Across the Universe – 2007), o conjunto de canções nos leva para as características do México através de instrumentos regionais, bem como para o universo de Frida, marcado pela sua coragem na luta contra seus problemas físicos, seu amor por Diego Rivera e a paixão que tinha em simplesmente viver. Chavela Vargas e Lila Downs são alguns dos nomes que interpretam as canções. Chavela Vargas, que teve um caso amoroso com a própria Frida, canta seus grandes clássicos La Llorona e Paloma negra . Já Lilá Dows, cantora mexicana conhecida também pelas suas críticas ao imperialismo estadunidense, é responsável pelas gravações de Estrella Oscura e Alcoba Azul . Em Burn It Blue canta junto do eterno tropicalista Caetavo Veloso. E atriz intérprete da pintora Salma Haye

Olga Benário: "Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo"

E no mês de fevereiro, a memória é em torno da comunista Olga Gutmann Benário nascida em 1908 na cidade alemã Munique. Sua história de vida é cruzada pela história política da Alemanha e do Brasil, países em que morou durante anos. Sua coragem e dedicação pelo justo, pelo bom e pelo melhor no mundo até hoje são recordados como exemplos e inspirações. A judia, nascida numa família de classe média alta, recebia diariamente em sua casa na Alemanha uma presença especial como costuma brincar: a luta de classes. Seu pai, advogado e social – democrata (mas diferenciado, segundo Olga) era visitado por trabalhadores que pretendiam fazer demandas judiais contra os patrões. Já sua mãe, uma elegante dama da alta sociedade, via com o horror o comunismo. Aos 15 anos, a alemã i ngressa na militância política, através da organização juvenil do Partido Comunista Alemão (KPD), a Liga Juvenil Comunista da Alemanha (KJVD). Anos mais tarde junto do seu então namorado Otto Braun, também militante com