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Mostrando postagens de 2011

Frida Kahlo e seu traje: “Ela estava pintando um quadro completo, com cores e formas”

Recordar Magdalena Carmen Frida Khalo y Calderon Rivera é recordar também da sua identidade visual, tão chamativa nas cores e formas aos olhos observadores, como descreve Lucile Blanch na frase acima. A pintora mexicana ao longo da sua vida adotou um traje que a tornou uma mulher espirituosa e extravagante, além de fortalecer sua adesão ao momento cultural que tomou conta de artistas do país na década de 20: retorno à arte mexicana, baseada especialmente nas raízes indígenas. O traje é originário das mulheres do istmo de Tehuantepec (Oaxaca, México), e compreende essencialmente a blusa bordada e a saia comprida. Segundo a história do istmo, as mulheres de Tehuantepec são conhecidas como imponentes, sensuais, inteligentes, corajosas e fortes. Vivem também em uma sociedade matriarcal, onde dirigem, por exemplo, o mercado local. Para Frida, o traje  tehuana tornou-se um elemento tão essencial da sua pessoa, que o pintou sozinho, sem seu corpo, por diversas vezes, como no intrigante q

Gênero e Educação

Durante a observação do Estágio do curso de Licenciatura e História realizado numa das escolas do meu bairro, presenciei um fato específico que me provocou a refletir a questão de gênero na educação. No ciclo de palestras realizado pela escola para o Ensino Médio no estágio, o palestrante do SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial insistiu aos alunos a importância de ingressar no mercado com experiência além de apresentar os diversos cursos técnicos que o Serviço disponibiliza para todos os alunos presentes. No entanto quando indagado por uma aluna sobre a inscrição ao serviço, o palestrante indicou o procedimento e logo em seguida sustentou que na escola técnica onde trabalha não há cursos voltados para as meninas , e assim sugeriu outra escola do SENAI que oferece o curso de corte e costura. Tal atitude demonstra o quanto o ambiente escolar desempenha um papel importante de manutenção, produção e reprodução da cultura dominante, e assim de uma cultura também sexist

HISTÓRIA: Breve história da roupa durante os séculos - Parte III

Até então o vestuário na Europa desde o final da Antiguidade havia ve stid o homens e mulheres com vestimentas similares e que se assemelhavam a sacos curvilíneos sem co sturas. Figu ra 4 Desenho de estátuas romanas, in Vauther e Lacour, Monuments de sculptures antiques et modernes , Paris, 1839. Na Idade Média, especialmente o vestuário do homem ganha formas e ajustes. As vestes masculinas vão remeter aos cavaleiros, e as mulheres se apropriam de vestidos que cobrem todo o seu corpo. Figura 5 Rubens e sua esposa Isabella Brant, 1610, Peter Paul Rubens. Munique, Alte Pinakothek No Século XVI, a arte presente em diversos meios ganha espaço na moda. Ela começou a operar

HISTÓRIA: CARLOS II E LUIZ XIV - Parte II

Para compreender a hegemonia e a influencia da França e da Inglaterra nos trajes europeus durante o século XVII, é necessário estudar as figuras do rei francês Luis XVI e do rei inglês Carlos II, ambos considerados extravagantes, nos seus modos de se vestir. Carlos II, rei da Inglaterra durante os anos de 1660 e 1685, tem seu nome associado a uma “reforma” nas roupas, embora durante o reinado, importantes acontecimentos marcaram a capital inglesa, como um forte peste. O rei em 1666 tomou uma iniciativa que foi comentado nos maiores jornais da época, como no Diur nal , de 11 de outubro de 1666: Este mês sua majestade e toda a corte mudaram a moda de suas roupas, a saber, de um casaco justo de pano recortado, com um tafetá branco sob o s recortes. Seu comprimento vai até a b arriga da perna, e sobre ele, uma túnica aberta no peito, solta e quinze centímetros mais curta. Os calções com corte espanhol e botas, algumas de pano outras de couro, porém da mesma cor que a veste ou traje

HISTÓRIA: A MODA DA EUROPA NO SÉCULO XVII - Parte I

Disponibilizo nas próximas postagens um trabalho da matéria de Idade Moderna I sobre a moda da Europa no século XVII, escrito por mim e pela Pâmela Grassi. A MODA DA EUROPA NO SÉCULO XVII - Parte I Cada vez mais se desperta entre os estudiosos, a pesquisa e o conhecimento à cerca da moda. Numa época onde os trajes têm importância cultural e econômica e são um fator para a compreensão da sociedade contemporânea, nada mais pertinente que o estudo da História da Moda. A moda como um fenômeno social insere-se historicamente em contexto e quando analisada revela vários aspectos da organização humana, como os hábitos e a forma de agir ou pensar. Como diz Anne Hollander: Todo o mundo sabe que as roupas constituem um fenômeno social; mudanças no vestuário são mudanças sociais. E mais, diz-se que transformações políticas e sociais refletem-se no vestuário (...) [1] Daremos especial atenção ao mundo das roupas do século XVII na França e na Inglaterra, centros a partir dos quais du